Desafios e oportunidades na cadeia produtiva do mel na região do Alto Turi, na pré-Amazônia maranhense estiveram em discussão em uma série de encontros técnicos, realizados pela Embrapa em parceria com o Sebrae e outras instituições, nos municípios de Governador Nunes Freire e Santa Luzia do Paruá, nos dias 26 e 27 de março.

Na ocasião, Sebrae, Embrapa, UEMA, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Agerp e Banco do Nordeste realizaram um pré-diagnóstico da capacidade de produção atual, buscando meios para fortalecer a atividade que, na região, tem amplo potencial de aproveitamento.

“O início da apicultura e meliponicultura racional começou com iniciativas como essa, com a organização e integração das instituições. Estamos trazendo uma mensagem nova, a mensagem da oportunidade, por meio dessa discussão, buscando entender os desafios enfrentados atualmente pelos produtores. A intenção é melhorar a vida dos apicultores e meliponicultores do Maranhão e estimular o aproveitamento sustentável dessa importante cadeia econômica”, relatou o professor da UEMA, José Maurício Dias Bezerra, doutor em genética, especialista em Manejo e Conservação de Abelhas Tropicais.

Trabalho desenvolvido pelo Sebrae
O Sebrae, nos últimos meses, vem realizando algumas ações para subsidiar futuras intervenções junto com uma série de parceiros, entre as quais,levantamento, diagnóstico e acompanhamento da cadeia produtiva do mel na região. Já foram mapeados 180 produtores ativos, que são responsáveis por uma fatia significativa da produção total do Estado. O Maranhão, segundo dados do IBGE, produziu 2,6 mil toneladas de mel em 2022, e o maior produtor do Estado é o município de Santa Luzia do Paruá, localizado na região do Alto Turi. Foi visando o alto potencial dessa região que a Embrapa buscou a parcerias como do Sebrae para conhecer e avaliar os desafios enfrentados pelos produtores.
“O Sebrae iniciou o trabalho com apicultura no início dos anos 2000 na região, onde uma série de ações foram desenvolvidas. Chegamos a potencializar toda essa produção que existe aqui no Alto Turi. Recentemente, tivemos algumas demandas para trabalhar canais de o ao mercado para alguns produtores. Esse trabalho começou em dezembro. Nós temos um consultor na região, ajudando os produtores a buscar mercado para a venda do mel produzido na região. Temos um potencial gigantesco e, com o incentivo certo, vamos aumentar a produção e ampliar as oportunidades para o produto no mercado”, explicou o gerente da Unidade de Negócios do Sebrae de Santa Inês, Maurício Lima.
Atendimento – Por meio da Unidade de Negócios de Santa Inês, o Sebrae atende empreendedores da cadeia do mel com soluções que incluem consultorias com acompanhamento técnico-gerencial e de gestão da inovação. Futuramente, pretende-se iniciar o trabalho de melhoramento genético de abelhas e estimular a implantação de mais casas de mel na região, além de trabalhar canais de comercialização do produto. Apesar de estar contabilizada como a região mais produtora do Maranhão, segundo especialistas da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) o número apresentado pelo IBGE é bem menor do que o real. Acontece que a região do Alto Turi tem muitos produtores não registrados, esse também é um dos objetivos do Sebrae, formalizar essas pessoas.
Luis Carlos das Chagas é apicultor há mais de 20 anos. Para ele, com as orientações e o incentivo adequado, a produção certamente vai aumentar. “O Sebrae deu os cursos para trabalhar com as abelhas, ensinando como fazer o manejo da colmeia e isso foi importante para a gente. Hoje estamos muito felizes de receber o Sebrae e a Embrapa para dar apoio aos apicultores. Eu acredito que, tendo o apoio que a gente precisa, vamos produzir cada vez mais,” afirmou o produtor.
O Sebrae trabalha agora o fortalecimento de parcerias, focadas no desenvolvimento dessa cadeia de produção de forma sustentável, tornando-a economicamente atrativa para os produtores e para o mercado, com ações de melhoramento da produção, manejo, processamento, armazenagem e, por fim, na comercialização.
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