Em um mundo cada vez mais orientado por dados, o o a informações precisas e atualizadas tornou-se essencial para que negócios e instituições tomem decisões estratégicas e eficazes. Ciente dessa importância, o Sebrae lança o boletim  “Caraterísticas da Atividade Empresarial do Maranhão” segundo o número, os setores de atividade e porte das empresas”. O documento oferece uma análise completa do panorama empresarial do estado, atualizado até julho de 2024. 4o3p5x

Para ar o conteúdo completo da publicação e utilizar essas informações na elaboração de estratégias e análises de mercado, basta ar o portal do Sebrae Maranhão e fazer o no link https://bit.ly/3Nql8Of

Inteligência de dados

O material foi desenvolvido pela equipe técnica da Unidade de Inteligência de Mercado (UIM) do Sebrae Maranhão e tem como objetivo oferecer uma visão detalhada do panorama econômico maranhense, apresentando dados essenciais para empreendedores, investidores e demais interessados no desenvolvimento regional. O estudo, que será semestral, vai fornecer de forma atualizada o perfil empresarial maranhense e melhor compreensão do mercado.

A publicação toma como base dados de fontes primárias e secundárias, entre as quais as bases da Receita Federal, IBGE e do próprio Sebrae, por meio do DataSebrae. Permite identificar as tendências de crescimento, os setores mais dinâmicos e os que enfrentam maiores desafios, como o comércio e os serviços, que representam juntos mais de 85% das empresas ativas no estado. A análise desses dados contribui para que políticas públicas e estratégias empresariais sejam formuladas com base em informações precisas e atuais, promovendo um ambiente de negócios mais competitivo e sustentável.

De acordo com o gerente da Unidade de Inteligência de Mercado, André Santos, o relatório é uma base de dados sólida e “vai oferecer para os empreendedores maranhenses informações sobre as características da atividade empresarial local e falar para eles de sua própria identidade. No trabalho, ele poderá se ver quanto ao setor onde atua , ao local onde trabalha e sobre o seu porte”, explica.

Esse trabalho visa também orientar as estratégias de atuação do Sebrae no Maranhão. “Para as equipes técnicas, é mais um insumo para conhecimento sobre  o seu objeto de trabalho, permitindo-lhe traçar as estratégias específicas para a prestação de serviços aos clientes, segundo as peculiaridades de cada um”, complementa o gerente.

Dados da primeira edição

O estudo abrange uma visão completa das 303.007 empresas ativas no Maranhão, incluindo informações sobre a distribuição por setores econômicos componentes do PIB (incluindo agropecuária, comércio, construção, indústria e serviços) e a predominância por porte empresarial. Destaque para os microempreendedores individuais (MEI) e as microempresas (ME), que representam juntos 87,98% das empresas existentes no estado, refletindo a força dos pequenos negócios na economia local. Se somados às empresas de pequeno porte (EPP) esse percentual sobe para 95,6% dos negócios formais e ativos do estado.

Além disso, a publicação oferece uma análise detalhada sobre a concentração das empresas nos principais municípios, como São Luís, que abriga quase um terço das empresas ativas, seguida por Imperatriz e outros centros regionais. Também são apresentadas informações sobre as principais subclasses de atividades econômicas, destacando os setores de comércio de vestuário, produtos alimentícios e serviços de restaurantes e lanchonetes.

Na contramão do cenário nacional, no qual empresas de médio e grande porte, juntas, são maioria entre os negócios ligados ao mercado de laticínios e derivados, no Maranhão 96,76% do total dos empreendimentos do setor são micro e pequenas empresas. Segundo relatório do Sebrae, dos 865 negócios ativos no estado, 538 são microempreendedores individuais (MEI), 248 são microempresas (ME), 51 são empresas de pequeno porte (EPP) e apenas 26 são de médio ou grande porte. No país, há 103.506 empresas ativas no segmento, sendo 24.701 MEI, 14.380 ME e 2.628 EPP, totalizando 41.709, e 61.622 de médio e grande porte, somadas.

O estado é a 9ª unidade federativa com maior volume de exportações de leite e derivados do Brasil, com 59.659 kg, e ocupa a 10ª posição em maior valor, movimentando US$ 126.684 (FOB) neste ano, até julho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Também tem sido observado incremento no valor das exportações de leite e derivados a partir de 2021, subindo fortemente em 2022 (+51% em relação ao ano anterior).

Na avaliação do gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae no Maranhão, José Noleto Oliveira, os dados sugerem um grande potencial de crescimento do setor no estado, apesar dos desafios de infraestrutura que a atividade ainda enfrenta. “Os principais produtos dessa cadeia são o leite in natura e os queijos artesanais. Os pequenos negócios, dentro desse cenário, têm grandes oportunidades, visto que, no estado do Maranhão, a maioria das propriedades são de produtores familiares. Para esses pequenos negócios, vemos grandes perspectivas com a marca de produtos artesanais, que é muito valorizada hoje pelo consumidor”, analisa o gestor.

Ele recomenda aos pequenos produtores do segmento a organização em associações e cooperativas, de maneira a aumentar o poder de barganha na negociação com fornecedores e possibilitar a realização de compras e vendas coletivas, e a participação em atividades que promovam aprimoramento contínuo. “Não pode tirar o foco de capacitação e de treinamento. Eles precisam estar sempre se atualizando, sempre buscando novidades. O consumidor maranhense é ávido por novidades, mas sempre com qualidade, sempre com criatividade”, conclui Noleto.

ENEL — Atividades que fomentem a troca de conhecimentos, tecnologias e inovações na produção de leite e derivados fortalecem a cadeia produtiva, impulsionando os negócios do segmento. Um exemplo é a 18ª edição do Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (ENEL), evento que vai reunir produtores, empresários e especialistas do setor lácteo nos dias 1º a 4 de setembro, em São Luís, durante a Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema). É a primeira vez que a capital maranhense recebe o evento, que ocorre pela segunda vez no estado. Em 2012, o ENEL aconteceu no município de Imperatriz.

A ação está atraindo empreendedores como Filipe Pantoja, que enxerga no ENEL uma oportunidade para mostrar ao Nordeste a qualidade do queijo maranhense. Ele é proprietário da empresa maranhense Laticínio Sertão, do município de Colinas, que produz artesanalmente o Queijo Sertão, com coalho bicampeão no Prêmio Queijo Brasil, realizado em Blumenau/SC. Este ano, no mesmo concurso, também venceu na categoria Ricota Fresca e recebeu medalha de prata nas categorias Minas Frescal e Coalho Orégano. “Ficamos na frente de outros estados do Nordeste que têm tradição na produção de queijo, como Pernambuco e Sergipe”, avalia Pantoja.

Ainda segundo ele, a parceria com o Sebrae tem sido fundamental para o sucesso do negócio. A instituição o apoia desde os seus primeiros os como empreendedor, momento em que contratou consultoria para criação da marca e rótulos, com subsídio de 70% via programa Sebraetec. “Essa parceria existe sempre. O Sebrae tem feito vários treinamentos em termos de qualidade. De lá para cá, nunca deixamos de estar fazendo um trabalho junto ao Sebrae, e acho que isso nos ajudou muito a chegar onde chegamos”, afirma.

Apoio — O XVIII ENEL conta com o apoio institucional da Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (Ascem), Sindicato das Indústrias de Leite do Maranhão (Sindileite), Governo do Maranhão, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Prefeitura de São Luís, Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Ministério da Agricultura e Pecuária.

Até o fim do mês de julho deste ano, o Sebrae contabilizou 473.079 atendimentos a empresários e potenciais empreendedores no Maranhão. O número representa um incremento de 63,19% em relação ao mesmo período do ano ado, que registrou 289.896 — uma diferença de mais de 180 mil. A maior parte dos clientes foram atendidos presencialmente, com um discreto crescimento no quantitativo de clientes atendidos por meio dos serviços digitais do Sebrae, ando de 54.842 em 2023 para 56 mil em 2024, considerando somente os sete primeiros meses de cada ano.

Na avaliação da gerente da Unidade de Atendimento do Sebrae Maranhão, Marina Lavareda, o aumento do total de atendimentos é significativo e resulta da implantação de um conjunto de iniciativas exitosas nos canais presenciais e digitais. “A nossa grande força nos canais presenciais é o fortalecimento da nossa rede nas Salas do Empreendedor, do nosso ativo, que é o porta a porta do ‘Sebrae na sua Empresa‘. Nos canais digitais, temos fomentado a nossa central de atendimento com relacionamento com o cliente e o consumo de conteúdos via portal do Sebrae”, destaca Lavareda.

Algumas ações são a padronização do atendimento com manual escrito, capacitação de equipe e auditorias de cumprimento dos requisitos; o ConectaCom, I Convenção da Rede de Atendimento do Sebrae e Parceiros, que reuniu toda a Rede de Atendimento interna do Sebrae Maranhão, estendida a consultores, visando ampliar a percepção de valor dos serviços oferecidos aos empreendedores pela instituição; e as mentorias e oficinas em grupo aplicadas mensalmente com os empresários atendidos pelo “Sebrae na sua Empresa“, estratégia que consiste em visita gratuita às empresas solicitantes para identificar desafios e trazer soluções para o negócio.

Compartilhando boas práticas — Ações bem-sucedidas empreendidas pelo Sebrae Maranhão e pelas demais unidades do Sebrae espalhadas pelo país estão sendo apresentadas na Reunião Técnica Nacional da Rede de Gerentes de Atendimento e Relacionamento do Sebrae, que ocorre no Maranhão, de 21 a 23 de agosto. A agenda é destinada a gerentes estaduais de Atendimento e de Relacionamento do Sebrae, visando aprendizado mútuo.

O evento possibilita trocas valiosas, afirma a gerente adjunta da Unidade de Relacionamento Empresarial do Sebrae Alagoas, Adrianne Albuquerque. “É muito importante nos conectarmos com as pessoas que estão nesse mesmo desafio de entregar valor para o cliente, de fazer relacionamento, de fazer atendimento, sempre transformando os pequenos negócios”, ressalta. Na oportunidade, ela abordou as estratégias de funil de relacionamento e de jornada de sucesso do cliente, desenvolvidas pelo Sebrae Alagoas.

Segundo a gerente adjunta de Relacionamento com o Cliente do Sebrae Nacional, Milva Capanema, que conduziu o evento, as reuniões técnicas pretendem trazer mais alinhamento, interação e percepção de complementaridade entre as unidades do Sebrae em todo o país. Sobre a agem pelo estado, ela ressalta: “Vir para o Maranhão é uma novidade muito gratificante para nós. Conhecer as estratégias do Sebrae Maranhão para atendimento ao cliente, os lugares e o que ele está fazendo é muito importante”.

Agenda — Nos dias 21 e 22 de agosto, a capital São Luís recebe o evento no Sebraelab, localizado no Multicenter Sebrae. Na sexta-feira (23), a programação prevê visita técnica ao município de Barreirinhas, onde o grupo conhecerá o Turismo de Base Comunitária realizado na região, com ações sustentáveis caracterizadas pelo pertencimento, pelo trabalho com composteiras e biodigestores, e pelo reflorestamento de manguezais. Em seguida, uma visita ao Centro de Artesanato vai evidenciar as contribuições do atendimento do Sebrae no segmento do artesanato.

“Mais descomplicado e mais simplificado”, é assim que a empreendedora maranhense Tayla Trindade qualifica o modelo empresarial MEI, sigla para Microempreendedor Individual, menor porte de empresa disponível no país. Por meio dele, pequenos negócios com faturamento de até R$ 81 mil por ano ou até R$ 251,6 mil anual para o transportador autônomo de cargas podem se formalizar para ter o a diversos benefícios, que vão além do registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Não à toa, esse tipo de negócio representa 44,9% do total de empresas ativas no Maranhão.

Segundo Trindade, CEO e fundadora da Duna Beleza Natural, ser MEI a auxilia de várias maneiras. “Teve um momento que eu precisei me retirar por conta da maternidade e eu consegui o salário-maternidade”, recorda. Outras vantagens destacadas por ela são a menor taxação e o o a espaços e capacitações que requerem formalização, como a participação em eventos promovidos ou apoiados pelo Sebrae e o consumo de cursos gratuitos oferecidos pela instituição. “Para quem está começando, ainda está entendendo também o mundo dos negócios, e precisa ir crescendo devagar, até aumentar sua escalabilidade, é uma modalidade ideal”, afirma a empresária.

Além do salário-maternidade, o MEI tem direito a aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença e, para a família do empreendedor, auxílio-reclusão ou pensão por morte, desde que atenda aos critérios requeridos. Também a a ter o a serviços financeiros exclusivos para empresas e tem a possibilidade de contratar um funcionário. No entanto, para ser um microempreendedor individual e desfrutar de todos os seus benefícios é necessário observar se as atividades exercidas estão na lista de ocupações permitidas para o MEI, não possuir outro empreendimento e não ter ou abrir filial de outra empresa.

Para a gerente da Unidade de Atendimento do Sebrae no Maranhão, Marina Lavareda, a facilidade no processo de abertura do MEI, que é gratuito, e o baixo valor de tributação para manter o CNPJ, são incentivos para a formalização. Apesar das vantagens, a gestão istrativa, controle financeiro e aspectos legais do negócio podem ser desafiadores para os empreendedores. “Informação e conhecimento são fundamentais para enfrentar esses desafios. Por isso o Sebrae oferece consultorias, cursos, palestras e oficinas, muitas delas gratuitas”, ressalta Lavareda.

Semana do MEI — A 15ª edição da Semana do MEI é realizada nacionalmente. Na capital São Luís, a Semana do MEI foi marcada pela ExpoMEI, que aconteceu nos dias 15 e 16 de maio no Multicenter Sebrae. Na programação vai acontecer ainda, nesta quarta-feira (22), o Dia D do Atendimento, na Cidade Operária, que também ocorre em outros municípios atendidos pelas Unidades de Negócios do Sebrae.

As ações da Semana do MEI se concentram entre os dias 20 e 24 de maio em 104 cidades, abrangendo as 12 Unidades de Negócios do Sebrae. Serão 302 eventos de conhecimento, entre palestras, cursos, oficinas, atendimentos, orientações empresariais e serviços para os empreendedores maranhenses.

Dados — Segundo levantamento recente produzido pelo Sebrae Maranhão, o estado possui 297.010 negócios ativos, número que tem aumentado ano após ano, apresentando um crescimento de 59,6% de 2019 até meados de maio deste ano. Desse total, 133.388 são MEI, a maioria de São Luís e Imperatriz. Os MEI não somente representam uma fatia significativa dos empreendimentos, como também são o porte de empresa que apresentou maior aumento percentual no período, registrando um acréscimo de 131,9% contra 25,4% das microempresas, 53,3% das pequenas e 12,8% das médias e grandes, juntas. No primeiro quadrimestre deste ano, foram abertos 18.951 novos negócios no Maranhão, sendo 12.463 microempreendedores individuais, que representam 65,7%.

As dez principais atividades econômicas mais buscadas pelos MEI no Maranhão, de acordo com o DataSebrae, são do setor de comércio e serviços. São elas: comércio varejista de vestuário e órios; minimercados, mercearias e armazéns; cabeleireiros, manicure e pedicure; promoção de vendas; varejista de bebidas; restaurantes e similares; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; atividades de ensino não especificadas; varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, além de atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza.

O Maranhão possui 305.352 empreendedoras, entre formais e informais, o que corresponde a 33,5% dos donos de negócio no estado. O dado é de um levantamento recente produzido pelo Sebrae a partir de microdados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua do 4º trimestre de 2023. Desse total, 285.472 trabalham por conta própria e 19.880 são empregadoras. Ainda segundo a pesquisa, apenas 41.312 possuem empresa formalizada, cerca de 14% do total de mulheres empreendedoras, percentual superior ao de homens empreendedores com CNPJ, que é de 11%.

Mais formalizadas, as mulheres também foram o público que mais buscou as unidades de atendimento do Sebrae no Maranhão em 2023, representando 43% dos atendimentos. Homens foram 39% e os 18% restantes não informaram gênero. No ano ado, foram registrados 544.132 atendimentos nas Unidades do Sebrae em todo o estado. Destes, cerca de 233.900 foram prestados a mulheres enquanto representante de empresa ou pessoa física.

De acordo com Paula Janete Batalha, gestora do Projeto Delas no Maranhão, além dos desafios comuns aos empreendedores em geral, como falta de recursos financeiros, pouco conhecimento sobre como gerir uma empresa e rede de contatos pequena ou inexistente, as mulheres enfrentam ainda discriminação de gênero, falta de representatividade nas instâncias envolvidas na elaboração de políticas públicas e dificuldade de conciliar vida pessoal com o trabalho ou a gestão do negócio. “É uma verdadeira ginástica que as mulheres fazem para que possam, no final, ter sucesso”, reflete.

Conciliando — Há dois anos, a empreendedora Ana Valéria Ambrósio decidiu abrir um negócio no ramo de produção e venda de bebidas alcoólicas destiladas. A maternidade, em vez de empecilho, foi um dos motivos que a fizeram empreender. A filha, hoje com 11 anos, ainda ajudou a mãe no processo da criação do rótulo da bebida.

A empreendedora conta que tem conseguido equilibrar bem a vida pessoal e o trabalho. “Entendi que tinha que priorizar os pontos que mais me importam: mãe e profissional. Mas preciso voltar a dar atenção ao lado mulher”, compartilha.

Por meio das consultorias gratuitas oferecidas pelo Sebrae e da participação em eventos a convite da instituição, Ana vem gradativamente amadurecendo como empresária e consolidando a sua marca no mercado. A empresa produz 10 mil litros de cachaça por ano, sob o selo Santo Ambrósio, com distribuição dentro e fora do estado, principalmente em São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.